quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vida como identidade

III

Onde há vida?
Há vida!
Onde há vida, há sonhos
Sonhos de outras vidas
Eu sei, há vida
Ah, vida!

Vida diferente da nossa
Mas que é vida, assim como
A nossa!

O que será de nossas vidas
Quando vidas forem descobertas?
Ah, seremos descobertos por elas!

Aqui somos muitos
Solitariamente muitos
Isso, há muito que se descobrir
Será com os estranhos que
Descobriremos o que somos na verdade.
O que somos na verdade?
Quem há de saber?
Há de saber!
Ah, se saber só bastasse
Bastaria saber e pronto.

Prontos para a vida?
Há vida, eu sei, há vidas  
Exatamente distinta da
Nossa!
Há, há vida?!
Há vida!



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vida como identidade

Vida como identidade 
 II


Os homens são animais sociais
“Semelhantemente” as abelhas e as formigas
A hierarquia delas é de fazer inveja a muitos sistemas sócio-políticos
Cada uma tem seu papel e o resultado é a harmonia.

As abelhas e as formigas possuem exércitos
Ora, os homens também
Só que elas o têm para o bem de seus lares
Sobrevivência
Os homens, pelo contrário, para tomarem lares
Extermínio   
Elas para protegerem-se de predadores (seres de outras espécies)
Os homens para protegerem-se da própria espécie.  

Os homens constroem monumentos arquitetônicos
Tudo bem, até João de barros o fazem, sem falar nos cupins!
Os dos homens são maiores, mas deste de quando tamanho é qualidade?
Uns constroem; outros destroem para construírem.












O homem é o único ser com linguagem (informação articulada)
Certo, com linguagem humana
Toda e qualquer espécie animal é capaz de comunicar-se entre si
Assim como um burro entende outro burro
Um homem entende outro homem.
Assim como um porco não entende um pato
Um homem não entende uma galinha.
Toda primazia é demasiada humana...

Toda semelhança se dá na boa observação. 

O homem é o único ser racional
Por isso fazem da razão um troféu
Mas do que adianta se usamo-la mau?
Relacionar causa e efeito?
Basta ter um cérebro menor que um punho fechado para fazê-lo.
Sabeis o que é um cachorro?

O homem é sim diferente de outros animais
Quem poderia duvidar disso?
Mas e daí, o macaco também é!
O homem comunica-se com outros homens e diz:
“Somos os maiores, temos qualidades que outros não têm.”
O elefante diz a outro: “quão pouca memória estes tem.”











Os homens dizem que são os únicos que sabem que vão morrer,
Por isso se chamam: - Homo-Sapiens.
Intitulam-se assim porque nunca viram animais chorarem a perca dum semelhante ou
Porque nunca viram um animal angustiado com sua finitude.
Ou seja, nunca viram um animal negando a vida!
(isto mostra que cada espécie designa-se a si própria.
... Não ser, ser, não ser...
Há quem saiba, quem ignore e quem se engane) 






















Uma coisa, porém é fato:
O homem é o único animal que se veste!
Daí o motivo das grandes marcas de roupas e das tendências de moda.

Estamos numa ínfima parte da imensidão
Quem esquece ou não sabe
Não sabe que em outra parte da imensidão
Pode e “tem isso” que sabe.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Vida como identidade

Vida como identidade

I

Vida é igual a vida
Se és vivo, és igual a tudo mais que é vivo
Ora, como poderia não ser?
És vivo?

O verme, a minhoca, a barata, o rato
São vivos, assim como és.
Tens algo a mais?
Eles também! Ou não?

O macaco não “sabe” porque vive 
Ele apenas vive, assim como vives...
Como? És mais vivo que ele?
Talvez a recíproca seja verdadeira.










Assim como um leão com fome come o que é vivo
Tu que és vivo diz que és mais vivo que os vivos.
Tudo bem, tens algo a mais...
Mas agis e preferis agir como aqueles que dizes não ter!

O meio é molde contínuo da vida
Onde estais?  És finalidade? És perfeição?
És vida assim como outras vidas
Por isso vives com elas.

Há vida na semente, Há vida na planta,
Há vida em ti. 
Ter algo a mais é ter algo a menos.
Antes de qualquer coisa, és vivo
Como a lagarta e a borboleta,
Como o girino e o sapo.










Toda diferencia se dá na falta de observação.












Em uma ínfima parte da imensidão
Eis a vida que desconhece o que é
Eis a vida que se diz ser mais vida que a própria vida
Eis a vida que agora escreve e ler.
Rubens Sotero