segunda-feira, 21 de março de 2011

Um Deus Morto

Um Deus Morto
                                                

Homem, és tu uma besta sedenta
De dentro de teu antro, tiras uma força descomunal  
Força esta chamada auto-engano.
Enganar-te a ti próprio é teu divertimento e distração.

Sonhas com uma além-vida, e por isso não vives a única que tens.
Se te fosse possível outra vida
Dar-te-ia a vida de um verme e ao verme, a tua!
Só assim, farias com mais louvo teus afazeres.

Colocaste o sentido da tua vida no nada...
Agora, encontra-te perdido no vazio de teus desejos.
Homem, deus se encontra num espelho
Busca-o!

Quão arrogante és em teus pensamentos pequenos...
És míope: por isso preferes ver ao longe!
Não tem motivo, teu existir...
Apenas existi! Supera-te!

Falo-vos, não com um deus que tudo sabe
Mas sim, como um homem que observa.
Pois deus é aquela força que vos falei...
Homem, és um deus putrefato.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Da nossa ignorância


Da nossa ignorância


Em entrevista a tevê o meritíssimo Dom Aldo Pagotto disse: “devemos cuidar da natureza, porém nunca adorá-la”. Depois de tal blasfêmia, deixo-vos algumas reflexões: Onde se encontras agora? Donde tiras teu pão? O que pode ser mais digno de louvou senão a própria Natureza? É possível viver sem deuses, porém é possível viver sem a Natureza? Se não podemos adorar aquilo que vemos e que é a fonte de nosso ser, o que nos restará a adorar? Não é exatamente a indiferença de nós para com ela a causadora de muito dos males de hoje?

Não a contemplamos mais; não a respeitamos mais; alienamos nosso amor, desviamos do tudo para o nada. Adoramos a nossa fraqueza, nossas ilusões, nossas mentiras; e nisso tudo a Natureza, a responsável por todos nós, é passada para trás. Quão mesquinhos somos. Não vos esqueceis: somos pó e ao pó retornaremos. Nada mais.

 .

 Rubens Sotero