quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Três possibilidades do existir!

Três possibilidades do existir!

Há uma pergunta que cedo ou tarde todos se fazem: “por que estou existindo”. Há três modos de lidarmos com ela, a saber, iludir-se, fugir de si e superar-se. Analisemos. 



A primeira opção dar-se com consolos metafísicos, isto é, a razão é usada de maneira exacerbada e equívoca sem base alguma palpável, para com isto, corroborar toda vontade de verdade. Dito de outra forma, respondem-na da melhor forma que lhes convém: preparação para uma vida melhor é a mais comum das respostas.

A segunda opção, fugir de si, dar-se por dois motivos, primeiro quando as respostas são insuficientes, ou seja, quando se percebe o vazio que são respostas indemonstráveis. Segundo quando se deparam tarde com a pergunta, isto é, quando a morte se torna, por assim dizer, iminente, o vazio o toma, e, por conseguinte, o que lhes resta é tão somente fugir de si: drogas ou jogos, evitando, assim, respondê-la. – é claro que aí há um fator preponderante: impotência.  

A terceira opção, superar-se, dar-se por querer que cada segundo de prazer e de dor repitam-se eternamente. É afirmar a vida em sua finitude, em sua imanência. É fazer algo para além de si. Superar-se é responder a pergunta assim: - para dizer sim a essa vida e fazer dela a melhor de todas.

Em qual das opções se encaixas: na primeira ou na segunda? Na terceira? Pois bem, acabas de se descobrir hipócrita. Por fugir de si, mau se conhece. 





Rubens Sotero.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A uma determinada distância

A uma determinada distância

A uma determinada distância
Não se percebe
Reis, Templos
Muito menos muralhas.

A uma determinada distância
Não há
Vícios, sangue
Nem vinho.

A certa distância
Não se ouve
Preces, gemidos
Tampouco gritos.

A certa distância
Toda segurança se esvanece.
Toda idiossincrasia se dissolve.
Toda vida é ofuscada por sua pequenez.

Quanto de mais distante se olha
Maior se fica.
Distanciar-se é preciso.

De uma determinada distância
Tudo é um
Um grande mistério. 


Rubens Sotero