Cientificamente supersticioso
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Escuta, Incrédulo, vou provar-te cientificamente que não só temos um espírito, mas
que a reencarnação é algo real. Vou ler um texto, escute-o com atenção. “na
Inglaterra em 1908, um menino de pai e de mãe analfabetos e também analfabeto,
era um excelente matemático: respondia qualquer questão de matemática em poucos
segundos. Um professor assustado com o seu dom fez-lhe uma pergunta: qual é a
décima sexta potencia do número oito? E o menino responde de forma categórica
após poucos segundos: é igual a duzentos e oitenta e um trilhões, quatrocentos
e sessenta e quatro bilhões, novecentos e sessenta e seis milhões, setecentas e
dez mil, e seiscentas e dezesseis unidades. O professor riu consigo mesmo e
pensou – ele não pode ter acertado – quando conferiu em sua calculadora
descobriu que o garoto estava com a plena razão. O professor pergunta assustado
ao menino – como você sabe? E o menino responde: eu me lembro, que não me
lembrava que lembrava; agora que recordei, me lembro que sei!” Fica assim, pois,
provado cientificamente que seu espírito já existia antes do seu corpo, pois
tal memoria não pode ser genética, mas sim espiritual. O que tens a dizer agora,
Incrédulo?
-
fascinante história, Crédulo. Permite-me ler um que sempre trago comigo?
- pois não.
- “era
uma vez um professor universitário físico-matemático que fazia várias
conferencias ao redor do mundo e em todas elas ele fazia duas perguntas: quanto
é cinco vezes cinco e qual equação descreve melhor a teoria das cordas? Todos respondiam
a primeira facilmente, já a segunda, poucos. O professor que estava estudando reencarnação
concluiu que: todos os espíritos de todos os alunos foram matemáticos antes,
pois sabiam responder a primeira pergunta, porém tinham faltado as aulas sobre
teoria das cordas.” E, como você bem falou, exatamente por não ter base genética
é que se prova cientificamente tal memória; provar a existência do espírito com
base que ele tem uma memória diferente da genética, mas que é acessível é algo
puramente cientifico e logicamente coerente.
- como você
prova que essa história que acaba de contar é verídica, Incrédulo?
-
desculpa, mas diferentemente de você, não posso prová-la verdadeira. E isto
torna minha argumentação frágil. Fui demasiado presunçoso ao crer que você ia
deixar isso passar em branco. Afinal, você gosta de provas científicas!
- teu dizer
estar carregado de ironia. Por isso, acho melhor ir, você não leva as coisas a
sério.
- jamais
que ia usar de ironia num assunto tão sério como esse. Crédulo já que guardasse
o texto que há pouco lesse, me recorda qual é a décima sexta potencia do número
oito, que lembrei que não lembro mais. Meu espírito tem uma péssima memória.
-
espera que vou ler novamente.
Rubens Sotero