domingo, 17 de janeiro de 2010

Vossa condição

Vossa condição

Ó miseráveis, quem de vós suporta a si?
Quem de vós suporta a lucidez?
Quem de vós suporta não se iludir?
Quem de vós é dominador de si?

Ó moribundos, admita vossa vil condição
Não podes dizer sim a todas estas perguntas.
Conheço-vos, assemelha-se ao avestruz.

És tu, ó fruto do acaso, digno deste ar, desta água e, Principalmente,
Desta terra?
Se pudesse falar, diria ela: és minha maior vergonha!
Vós, ó filhos meus, diria ela: és digno de desdém.

De ti mesmo foges.
De ti mesmo és um estranho.
De ti mesmo és escravo.
De ti mesmo és indigno.

Vossa consciência é vossa maior conquista 
Mas para vós, ela é demasiada virulenta.
Quem de vós suporta está consciente de si
Sem querer também sucumbir?

Quando puderes dizer sim a todas aquelas perguntas, terás tu,
Superado vossa vil condição.
Quando consciente estiveres e sucumbir não mais quiseres, entenderás o que é existir.
Enquanto isso, não passas de um avestruz. 
Rubens Sotero

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