Da doença de si.
A seleção natural engendrou em cada um de nós o germe da competição, isto é, aquela força cega da preservação-de-si, do mais forte. Em todos os outros animais, ela tem como princípio mantê-los vivos, o mais forte perpetuará a si, enquanto espécie. Já nos sapiens tal força subverteu-se, transfigurou-se; usam-na, não porque são fortes, pelo contrário, porque são demasiados fracos: preservar a mim é ver a diferença.
Eles são japoneses. Eles são negros. Eles são comunistas. Eles não gostam de vinho. Ser forte é ser fraco. Preservar-a-si tornou-se um proteger-se da diferença dos iguais, ou seja, uma negação da vida. Competir é a preservação de si enquanto espécie; é maximizar a vida, não enquanto indivíduos mesquinhos, mas enquanto espécies.
Àquele que enxerga fronteiras, àquele que enxerga raças, àquele que enxerga mesquinharias digo-lhes apenas uma coisa: encontrai-vos enfermos de vos mesmos. A única coisa que devemos buscar cegamente é pela perpetuação da Vida, daquilo que – é comum a todos. Enquanto assim não for, o homem continuará a ser o verme da Terra. É preciso que olhemos um pouco além de nós mesmo. Num rincão qualquer do universo encontra-se Vida: a terráquea. Que, aliás, pode ser a única em todo o Cosmos!
Rubens Sotero
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