Segundo
Aristóteles todos os homens buscam por
natureza saber. Parece óbvia tal afirmação, contudo não é o que se observa.
Se fosse verdade, não haveria tantas pessoas supersticiosas como há hoje.
Vejamos por que.
Se
é verdade que a ciência é o saber mais seguro que temos; se é verdade que duas
respostas não podem responder a mesma questão e ambas estarem certas; se é
verdade que a superstição não é conhecimento científico, então o que a ciência
explica a superstição malogra.
Ora,
ainda se acredita em astrologia, dizem: tudo está interligado, portanto, os
astros interferem em nossas vidas – se é assim tão óbvio, então podemos
concluir que o amargo da maçã que comi ontem foi causado pela trigésima estrela
do segundo braço de nossa via láctea que estava a cinco graus à direita do sol
no dia da fecundação da maçã. Ainda se acredita em reza, em penitência, em
alma. Se isso, porém, é verdade, para que a medicina? E a neurociência que cada
vez mais reduz a alma a processos físico-químicos?
Talvez
a bela, no entanto, falsa afirmação de Aristóteles fizesse mais sentido – porém
- perdesse sua beleza, se fosse assim: todos
os homens buscam por natureza se enganarem. Se as religiões e as superstições
em geral estiverem certas, a ciência está errada, mas seja sincero ao menos uma
vez – quando bate aquela velha dor de dente, de cabeça ou muscular, você toma remédios
ou reza?
Rubens Sotero
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