domingo, 16 de outubro de 2011

Dilema II?





Segundo Aristóteles todos os homens buscam por natureza saber. Parece óbvia tal afirmação, contudo não é o que se observa. Se fosse verdade, não haveria tantas pessoas supersticiosas como há hoje. Vejamos por que.

Se é verdade que a ciência é o saber mais seguro que temos; se é verdade que duas respostas não podem responder a mesma questão e ambas estarem certas; se é verdade que a superstição não é conhecimento científico, então o que a ciência explica a superstição malogra.

Ora, ainda se acredita em astrologia, dizem: tudo está interligado, portanto, os astros interferem em nossas vidas – se é assim tão óbvio, então podemos concluir que o amargo da maçã que comi ontem foi causado pela trigésima estrela do segundo braço de nossa via láctea que estava a cinco graus à direita do sol no dia da fecundação da maçã. Ainda se acredita em reza, em penitência, em alma. Se isso, porém, é verdade, para que a medicina? E a neurociência que cada vez mais reduz a alma a processos físico-químicos? 

Talvez a bela, no entanto, falsa afirmação de Aristóteles fizesse mais sentido – porém - perdesse sua beleza, se fosse assim: todos os homens buscam por natureza se enganarem. Se as religiões e as superstições em geral estiverem certas, a ciência está errada, mas seja sincero ao menos uma vez – quando bate aquela velha dor de dente, de cabeça ou muscular, você toma remédios ou reza?   

Rubens Sotero

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